TEMOS DE TER CONSCIÊNCIA
O meu acordo é com Olorum,
Desde que me deixou no Ayê,
Mas eu, sendo filho de Ogum,
Respeito a mim e a você.
Ser do reino de um povo altivo,
E nascer mesmo longe de África,
Só me diz que ainda há motivo,
Para ter só a paz como prática.
Todos temos de ter consciência,
E saber ser sociais nesse século,
Tendo consciência desde a infância,
Que nos propõe ser até "amarelo".
E a consciência é viver o normal,
Sobrevivendo com sua inteligência,
Mesmo quando o seu lobo temporal,
Seja raptado por vis indulgências.
Cada ser humano tem várias vontades,
E os desejos mais que estrambólicos,
E assim, se vêem como potestades,
Nas ilusões dos comas alcoólicos.
Seria mais fácil culpar a Baco,
Por cada besteira que proferimos,
Ou também chamar Netuno de fraco,
Quando o barco afundou e sorrimos.
Nós criamos desculpas pra tudo,
E botamos a culpa no intestino,
Pois a merda de todos no fluxo,
Talvez seja seu lucro fugindo.
De que adianta construir o luxo,
Se fazemos guerras para destruir,
Passamos a vida criando só lixo,
Por não saber o porquê de existir.
Quem quer o devido respeito,
Se atenta ao que pensa e faz,
E se quer nosso mundo perfeito,
Entenda do que ainda é capaz.
Quem quer ser o dono não se conhece,
Pois a morte nos dá a sombra eterna,
Pois ela é como a razão reconhece,
E o rei soube dela além da caverna.