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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

EU APRENDO ENSINANDO

EU APRENDO ENSINANDO

 

Eu espero nunca estar sozinho,

Para acordar e rever o meu ato,

Se discordo até de um vizinho,

Mas o certo eu sei pelo tato.

 

Tudo o que faço eu comento,

Como se não fosse eu mesmo,

Pois eu me desculpo ao tempo,

Se conflito o escopo do erro.

 

Sei que nem sempre tenho razão,

Mas também não sou um sufixo,

Quando derivo da luz e o perdão,

Pois na escuridão serei bicho.

 

Nas cavernas só tenho morcegos,

Mesmo quando se achegam os mocós,

Pois na sombra o sertão dorme cedo,

Pra enfrentar o sol de um Seridó.

 

Mais além, sobre os promontórios,

Vejo o mar e as marés que chegam,

Como chuva enchendo reservatórios,

E também dissecando o que pegam.

 

Do mar eu tenho até o bacalhau,

Pois dali tenho o sal e o peixe,

Como à noite eu tenho o bacurau,

E o luar que me nutre com feixes.

 

E, também, numa classe sou mestre,

Desde quando sou aluno e mentor,

Se aprendo ensinando o que acresce,

Com se houvesse serventia na dor.

 

Eu já disse por diversas vezes,

Que na alegria eu nada aprendo,

Pois a fantasia nos traz revezes,

E ao sofrer pela dor eu me rendo.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 10/11/2023
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