UM DIA É TEIMA
Retiraram Plutão do meu Sol,
Ao dizerem não ser um planeta,
Mas a cinta de Kuiper não é só,
E de lá vejo um outro cometa.
Por isso, não deixo pra lá,
A força e energia que chega,
Pois se não é Plutão, sei lá,
Eu só sei que é bom pra pêga.
Quando nasci no Sol de Touro,
Conheci logo o meu ascendente,
Pela hora que eu fiz de tesouro,
Se em Peixes eu sou um repente.
Pelo horóscopo há outros signos,
Como na Terra há os continentes,
Nesse espaço que não é contíguo,
Mas me quer como um descendente.
Estou na árvore de minha família,
Onde eu quero a voz de meus avós,
Mas me calo se ouvir a matilha,
Dos cães que dizem sem ter voz.
Eu não sei de onde vim pra te ver,
Mas preciso da luz em minha cama,
Onde possa acordar e sobreviver,
Ou pensar que serei mais que fama.
Quero ser mais que vela em canoa,
Desde quando o remo é meu braço,
Senão morro no vulcão Mauna Loa,
Ou na rota do Pacífico que traço.
Mesmo que Galápagos me aceite,
Eu não saberia ser uma tartaruga,
Se os vulcões só me dão o azeite,
Que brota a vida até em Aruba.
E quando o meu signo gravitar,
Sobre outros planetas solares,
Eu não sei o que vais achar,
Da fala profética nos altares.
Foi nessa premissa de imersão,
Que a flecha sangrou o poema,
Ou Aquiles viu nos mirmidões,
A certeza que um dia é teima.
E assim, tudo aqui continua,
Senão comigo, mas terá alguém,
Ou as coisas de forma contígua,
São devaneios de Matusalém.