SONHOS MUNDANOS
O amor, a paixão e o tesão,
São desculpas para reproduzir,
De manter na espécie a emoção,
E viver enquanto não abduzir.
O corpo se manifesta pela vida,
E os pelos eriçam pelo frenesi,
Como busca ser algo que convida,
Mas sendo seu alçapão ou jequi.
Respeito ao próximo é sobreviver,
Pregando a paz que traz confiança,
Acordando numa volúpia de prazer,
Ou apenas como flor e fragrância.
Mil beijos não falam de amor,
Nem o sexo traduz nossa paixão,
Pois em tudo varia o seu sabor,
Quando a busca é só sedução.
Talvez fosse melhor vir a ser,
Do que querer um prato feito,
Pois ao cozinhar terás prazer,
Se vais escolher sem defeito.
Não durmas, senão virá o sonho,
E logo ouvirás cães ladrando,
Perante monstros tão medonhos,
Que surgem em sonhos mundanos.