O ÓDIO VARRE A FENÍCIA
Israel se veste de traje romano,
Ao lembrar a diáspora de setenta,
Cobre o solo com sangue e engano,
Mata palestino com a placenta.
Tudo é morte e refaz holocausto,
Ao agir como o seu ex-predador,
E diz que no Egito foi um fato,
Mas pelos relatos, não é fiador.
Quando Abraão foi ao mar vermelho,
A história nos falava dos porquês,
Sem direito a olhar no espelho,
Que nos cobra ser eu e vocês.
Nós devemos somar pra ser gente,
Mas há feras entre nossos povos,
Que não sabem sermos indigentes,
Em um mundo que já viu meteoros.
Quem não souber viver em comum,
Não verá casa com o seu descendente,
Nem ao menos os corpos de Platoon,
Ou em outro lugar sem ser semente.
Ontem foi Egito, Tróia e Cartago,
Como também foi Bracara ou Saigon,
Tudo terra arrasada em cada embargo,
Pois a vida sucumbiu ao Armagedom.
E hoje, o ódio varre a Fenícia,
Que já foi um verdadeiro berçário,
Mas também alimentou na malícia,
Seja Menelau ou seu adversário.