JEQUIÉ QUANDO JOVEM
No jardim da praça que havia,
Tinha um gramado e os girassóis,
E o busto de Ruy com a fantasia,
Mas sua história reflete em nós.
Quando fui jovem, havia tabuleiro,
Tinha pipoqueiro e pontos de táxi,
Passava ônibus e tinha banheiro,
Como as farmácias e a Loja Comasi.
Quase todos os bancos estavam ali,
Mas também lá estava a Casa Amaral,
Tinha Rádio Bahiana e o poeta Waly,
Sentado na praça ao dar recital.
De um lado, Banco do Brasil e Real,
De outro lado, o Petit e Rex Hotel,
Mas, lá perto da feira e do hospital,
Tinha igreja Matriz e até São Miguel.
E os cinemas marcavam a avenida,
Que era tão bonita, com o viaduto,
De um lado, Joaquim Romão e saída,
E do outro, era mato e os macucos.
Jequié teve o maluco Guito Guigó,
Mas quem o conheceu sabia que não,
Mas o Prado teve um Doutor Corró,
Que cuidava de Guito e era bão.
Nesse agreste há riquezas ocultas,
Tudo é natureza de água e minério,
Com cachoeiras, morros e grutas,
E suas horas de sol é mistério.
Aqui tem rios, estradas e ouro,
Tem mármore, granito e rodovias,
Resguarda a Chapada e seu tesouro,
Ligada aos portos pela ferrovia.
E se em tudo nós somos América,
Diria que há um acerto de contas,
Seja na história do rio que seca,
Ou nas margens do Rio das Contas.