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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

TODOS MEUS DIAS

TODOS MEUS DIAS

 

Meus veios de sangue secaram,

E o chão está manchado e triste,

Mas as feridas não cicatrizaram,

Desde quando o carrasco insiste.

 

Todos meus dias são de torturas,

E as correntes já nem enferrujam,

Pois não há intervalo pra cura,

Nem lavam as mãos que se sujam.

 

E assim, imagino estar com Pilatos,

Ao ser julgado em um outro tormento,

Pois há quem diga: - Nunca maltrato!

Mas se prestam a ver nosso lamento.

 

Vejo pessoas em prol do fascismo,

Mesmo quando se dizem altruístas,

Pois nada sabem sobre o comunismo,

Quando se acham seres capitalistas.

 

Mas o capitalismo é para poucos,

E o resto são os seus serviçais,

Os quais vão ser sempre os tolos,

Porque se acham os seres normais.

 

Para mim, tudo exige equilíbrio,

Só assim verei o sol novamente,

Como a lua quer ver o solstício,

Mas também o equinócio à frente.

 

Com a paz, viveremos melhores,

Construindo um futuro brejeiro,

Sempre tendo quem nos console,

Frente à morte que chega ligeiro.

 

Se eu fosse longevo em meus dias,

Viveria sem ter pressa e angústia,

Como o jabuti e uma simples cotia,

Num tratado de amor sem astúcia.

 

Viveria mais do que profetizo,

E seria o louvor das benzedeiras,

Andaria lentamente com objetivo,

Roendo os cocos das castanheiras.

 

Tudo eu faria de modo espontâneo,

Sem alarde, agonia e prepotência,

Seja em África ou no Mediterrâneo,

Mas vivendo com assaz paciência.

 

Vez em quando me veria um Hermes,

Mensageiro dos cometas e de Zeus,

Onde sentiria o odor de ciprestes,

Exposto em gôndolas de sonhos meus.

 

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 18/08/2023
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