O TEMPO CORRETO
Nem sempre haverá estações,
Desde quando há fins de eras,
E só cabe saber quais vulcões,
Cobrirão de fumaça a Terra.
Já acharam corpos sob camadas,
E as cidades com várias artes,
Acharam as moléculas de água,
Mas isso foi além de Marte.
Descobriram planetas habitáveis,
Mas estão longe como um cisco,
E as estrelas não são editáveis,
Ou concordem que eu meta o bico.
Sou apenas um sopro atômico,
Segredando a alma com prótons,
Tudo em espirais gastronômicos,
Pois quasares devoram fótons.
Já pensei porque vejo girafas,
E esqueci que nasci sem escadas,
E também nunca tive garrafas,
Para todas mensagens postadas.
Se eu fosse mais que calmaria,
Talvez pudesse ser um carteiro,
E levando a garrafa eu faria,
Reconexões aonde há preceitos.
Eu não sei qual o tempo correto,
Se o eterno vem com mil versões,
Como seria para longe ou perto,
A viagem em que sou translações.
E assim fui olhar Três Marias,
Pois Orion mandou uma notícia,
Ao dizer que eu não tenha azias,
Tudo enquanto aqui há delícias.
Se não posso ser mais que formiga,
Então devo viver em concórdia,
Pois o elo me diz que a lombriga,
Vive sem procurar por discórdia.
Eu já quis prumo e diapasão,
Pois eles alinham meus trilhos,
Mas o ângulo que traz a emoção,
Está nas canções de estribilho.