O SERVO
Liberdade somente não vale,
Porque fome e sede é prisão,
Ou quem mata e diz que me cale,
Não é gente e não tem perdão.
A ganância de ter sem partilha,
É defeito e não quer um irmão,
Quer o servo por cão de matilha,
Com coleira e as patas no chão.
Se esse servo clama, descartam,
Ou torturam para que se modele,
Cortam sua garganta e salgam,
Pois o seu quintal é sua pele.
Esse escravo do sol e da noite,
Não tem direito pelo que é feito,
E após o sol lhes dão o açoite,
Para que lembre não ser aceito.
E assim, lhes usam e escarnecem,
E dizem que morrerão como animais,
Pois no morro verão que padecem,
Se esses patrões são marginais.
Tudo pode ocorrer sem ter regra,
Mas as consequências são certas,
Por isso, saiba o que entrega,
Para Deus recebê-lo com festas.