ROSTO SEM MÁSCARA
Rendei graças aos seus dias,
Pois são o que tens nas mãos,
Ou faça o que dê nostalgias,
Para dizer que valeu, então!
Seja o agora, mesmo lembrando,
Pois a história vem do passado,
E o presente vem agraciando,
Pressupondo o amanhã acordado.
Lembre que há adeus e até logo,
Se não temos certeza do futuro,
Faça todos favores no prólogo,
Pois o epílogo é algo obscuro.
Nos momentos de fé e delírios,
Tenha calma, pois há o infinito,
E um gesto pode ser o martírio,
Ou a dádiva por algo não dito.
Certos momentos calamos e há paz,
Mas, às vezes, quem cala disserta,
E talvez quem conversa demais,
Não exprima a palavra mais certa.
Seja apenas um rosto sem máscara,
Diga só o que o coração demonstre,
Sele acordos que curem as escaras,
Cuide para que ninguém se assombre.