DOO MEUS PASSOS
Tudo o que vemos é o passado,
Pois cada instante é mergulho,
E o Universo nos é declarado,
Por corpos vivos ou o entulho.
Tudo está como lixo ou é mofo,
E palpitam novas formas de vida,
Enquanto o princício é tão morto,
Mas um morto é quem teve vida.
Tudo que faz parte do cosmo,
Tem o seu simulacro em nós,
Como a célula e o cromossomo,
Representam Deus como os sóis.
Cada arquétipo é como vontade,
Mas as flores eu jogo ao mar,
Pois nós iremos ser a saudade,
Que o amor conseguir desfrutar.
Quando a flor se dá à abelha,
Nos garante que a vida continua,
Mas não passo de uma camélia,
Disposta ao futuro e nas ruas.
E como presente, doo meus passos,
Se é que a areia do tempo permite,
E cada sandália sem os percalços,
Que sirva para transpor o salitre.