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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

O VALOR E O ADUBO

O VALOR E O ADUBO

 

Creio já ter tido algum valor,

Pois guardo em mim sensações,

Sem poder dizer se fui de pudor,

Ou se vivi em meio às tentações.

 

Eu sei ter o sangue mesclado,

Que guardam raízes e eventos,

Misturas daqui e de outro lado,

Que chegaram até pelos ventos.

 

Serei eu a poeira além do Saara,

Ou será que caí sobre o oceano?

Verei a Amazônia e a onça parda,

Ou o uivo do lobo num altiplano?

 

Já pensei em ser como um fósforo,

Mas não sei se acendo ou adubo,

Porque se acendo, será luz ou fogo,

E se adubo eu não sei o que mudo.

 

Se eu for adubo só quero natureza,

E não as mentiras que só conspiram,

Quero ver as flores com a beleza,

Pois essa realeza a todos inspiram.

 

Em meio ao jardim, sou além Babilônia,

Ao querer a luz do farol de Alexandria,

Mas a torre alta é vertigem e insônia,

Então sou deserto e a Gizé é agonia.

 

E quando o calor vier como cometa,

Quem vai trazer o centro do quasar?

Porque meu pecado se faz anacoreta,

Quando o meu erro é não ser avatar.

 

Não quero engolir estrela e planeta,

Mas quero existir em cada dimensão,

Por isso, entendam o furo na cesta,

E os buracos negros como remissão.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/07/2023
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