O QUE PENSO OU SONHO
Eu preciso dizer o que penso da vida,
Não o que queres ouvir de meus lábios,
Senão tu verias só livros de bíblias,
Enquanto soluçam meus dicionários.
Quem pensa em livro só por palavras,
Sem olhar o peritônio sob a barriga,
Não vai entender de escaras e sarnas,
E nem vai saber quando há lombrigas.
Não deviam rasgar minha pele com bala,
Pois não fui à selva dos trogloditas,
Apenas querendo salvar quem não cala,
Pois ante a moral, minha ética grita.
O corpo inerte de quem está dormindo,
Pode ter o fogo fátuo a nos assustar,
Foi o que ouvi nas tardes de domingo,
Em cada varanda ou nas mesas de bar.
Também houve um rei que já descansa,
E vi um vulcão onde a terra se abriu,
Havia um reino, mas hoje é lembrança,
Que contam em camadas o que engoliu.
Se hoje há petróleo e até diamantes,
E temos o âmbar que guarda relíquias,
É tudo mistério de hoje e de antes,
Pois tudo provém da dor ou carícia.
Além de tudo isso existe a Fúria,
Que só semi-deuses podem enfrentar,
Pois eles estão além da luxúria,
Que os deuses escondem no altar.
Mas eles são símbolos ou devaneios,
Quando busco entender o que somos,
Pois vivemos de angústias e anseios,
Enquanto Morfeu redige os sonhos.