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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

SE EU PUDESSE LEMBRAR

SE EU PUDESSE LEMBRAR

 

Os meandros do meu tirocínio,

São artefatos das catacumbas,

D'onde eu vejo só morticínio,

Se esvaio em bíblias e runas.

 

O legado que me mantém vivo,

Carrego de todos ancestrais,

Sejam meus ou de quem convivo,

Pois a minha cultura me faz.

 

Se eu pudesse lembrar de tudo,

Eu diria que vi avós e tios,

Seja quando curti o meu luto,

De outrora até quem me pariu.

 

Meu silêncio reclama que fale,

Ou deflore meu léxico guardado,

Mas diga que nunca se calem,

Pois o caos pode ser evitado.

 

Se eu usar o solo com cuidado,

Se eu guardar sementes do fruto,

E plantar num terreno adubado,

Não irei conviver com oleoduto.

 

Se eu viver no melhor habitat,

Encolhendo o convívio de todos,

Talvez nem queira mais viajar,

Pois lá fora pode ser o esgoto.

 

Numa taba ou num clã africano,

Posso ser índio ou preto feliz,

Que vê onça, leão e pelicano,

Sem louvar reis ou imperatriz.

 

Nesse lar que mantém toda vida,

Vou colher e até mesmo ordenhar,

Pois leite e mel me convidam,

Para a vida eu poder celebrar.

 

Não devo matar ou ter avareza,

Pois não sou mais o lobo do mar,

E nem preciso ter álcool na mesa,

Se a uva e a batata eu plantar.

 

Chega de conquistar pra viver,

Se o mundo dá somente um prazo.

E quem não quiser entender,

Será como o orador que é gago.

 

E viver como se fosse em Babel,

Seria mais pesadelo que sonho,

Pois não somos iguais no papel,

Mais iguais pelos cromossomos.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/06/2023
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