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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

APÓS O JOGO

APÓS O JOGO

 

Mesmo depois de tanto sofrer,

Os algozes teimam em me achacar,

Com desdém e escárnio do poder,

Ante o sufoco no fundo de mar.

 

Todos se vendem sem princípios,

Pois nada é ético após a moral,

Fazem justiça nos precipícios,

Onde descartam meu ser animal.

 

Somente não sabem o futuro,

Pois não fui feito na morte,

Sou filho que rompe o escuro,

Qual luz que indica a sorte.

 

Será que a sorte ainda existe?

Eu verei após o jogo de xadrez,

Mas olhando de fora como cisne,

Ou num fruto maduro ou 'de vez'.

 

Buscar sempre pela competência,

É viver em permanente conflito,

Pois os néscios estão na regência,

E ninguém ouve mais o meu grito.

 

Quando a gente envelhece e cai,

O poder logo nos descredencia,

Vira as costas pra mãe e o pai,

E nos tratam como nas heresias.

 

Botam lenha e acendem a fogueira,

Onde vão imolar os nossos corpos,

Vão dizer que somos de chocadeira,

Como filhos de cobra e sem rostos.

 

Hoje importa quem detém o ouro,

E o resto será jogado aos leões,

Mas não sabem qual é meu tesouro,

Nem importa quais minhas razões.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 03/06/2023
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