DISTANTE DA ESTRADA
Um país se mantém ao ser lar,
E não calabouço e discórdias,
Mas só há nação se um lugar,
For modelo de vida e concórdia.
Nossas raízes querem perpetuar,
Mas é preciso ter solo fecundo,
E esse chão pode ser beira mar,
Ou em qualquer parte do mundo.
Devemos apenas nos lamentar,
Quando nossa espécie refuga,
E não cumpre a lei do lugar,
Se a nossa rota é sem fuga.
Não há tempo para outra vida,
Pois tudo no Cosmo é disperso,
A não ser se um quasar convida,
Pois ele dispensa meus versos.
Ninguém quer a areia movediça,
Pois sem um resgate há mortes,
Quando a porta sem dobradiças,
Não se abre ao azar ou à sorte.
Do lado de dentro da porta,
Não sei o que vou encontrar,
Mas do lado de fora da porta,
Há frio e calor a enfrentar.
Só Deus me diria a resposta,
Pra tudo que vou perguntar,
Mas Ele talvez dê as costas,
Se o livre arbítrio escutar.
Mas um dia vou perante o mar,
Nem que seja como ser uivante,
Onde o lobo quer só admirar,
A lua e o mar por um instante.
Bem ali, distante da estrada,
E coberto pelo manto da estrela,
Servirei como porto e enseada,
Ou farol que inunda a procela.