LÁGRIMAS EM LETRAS
Achei ter só lágrimas secas,
Dos dias que andei de cajado,
Mas estive exposto em letras,
De um livro que foi ocultado.
Vivi dias sozinho e cativo,
Como ogro em solo estranho,
E os horrores no superlativo,
Que vieram em choro e sonho.
Quando o cofre é sem código,
E nem somos dinheiro ou ouro,
Ninguém vai ser tão lógico,
Como o trigo não quer o joio.
Foi assim, chorando e sofrendo,
Todos os dias sobre o patíbulo,
Que também fui sobrevivendo,
Com os espinhos dos inimigos.
Nessa falta de visão profunda,
Fui apenas mais um na sarjeta,
A querer só o ouro que abunda,
Sem saber porquê há cometas.
Se eu visse a forja do átomo,
Com a importância necessária,
Talvez entendesse o que faço,
Se foi só herança ou escaras.
Lembraria de cada caminhar,
E o quanto sofri nessas vidas,
Saberia onde e porque louvar,
E os passos que traço na vida.