SEMENTE DE SONHOS
Eu queria declamar para todos,
E também escrever só fantasia,
Mas, às vezes, o jogo é louco,
E o que falo ou rabisco é orgia.
Nessa vida e por esses portais,
Me comporto infligindo ditames,
Vou, com sorte, além das morais,
Sendo ético até com os infames.
Não vou desejar ver os senhores,
Mas as mesas com todos reunidos,
Mesmo quando seja só com atores,
Mas também com os novos amigos.
Será preciso extirpar estigmas,
Se mais preciso é ter esperança,
Deixar os traumas que castigam,
E renovar a vida pela aliança,
Além do caos há luz e estrelas,
E há radiações e falta de vidas,
Então, porque não as concebê-las,
Se as estrelas se querem paridas.
Seremos todos fachos de luz,
A iluminar esse caos bendito,
Pois onde estamos já me seduz,
E me convida ao que acredito.
Sei ser a semente de meus sonhos,
Os quais vou gestar no meu horto,
Como as heresias de medo tamanho,
Ou nas agonias de vivos e mortos.