MORRI SÓ MIL VEZES
Eu queria dizer boa noite,
Mas a noite é irmão pesadelo,
Eu devia sonhar, mas anote,
Tudo é depressão e desespero.
Mas eu ainda encontro forças,
E proclamo o que não deve ser,
Como a raiva contida em poças,
Que a borrasca só fez crescer.
Só ficou uma ilha no Atlântico,
Quando o resto já se afundou,
Desde Atlântida sob os cânticos,
Até quando uma ninfa chorou.
Na hipnose eu fui com as sereias,
E morri só mil vezes, mas renasci,
Pois, só o meu sofrimento permeia,
Na eterna penúria de um Juqueri.
Cada noite eu morro na escuridão,
Mesmo quando acordo novamente,
E as noites são todas em vão,
Ao sofrer como alguém ausente.
Quero apenas os erros do caos,
Que me deixem ser luz radiante,
Na vida eterna do santo graal,
Ou sendo estrela e ir adiante.