SENSAÇÕES DE SAUDADES
Meus dias de agora são solidão,
Como momentos de dor e tortura,
E o que sobra prostrado ao chão,
É meu corpo hibernado à loucura.
A fria caverna que me escondeu,
Tem sombras demais e seus ratos,
Há teias de aranha e meu camafeu,
Que é lapidado com areia e mato.
A morbidez da caverna não é louro,
Pois traz as lembranças do passado,
Cheio de doenças num só matadouro,
Pois era o modo de vida no Lácio.
Foi glória em Roma ir ao Coliseu,
Vendo sangue de deuses e gládios,
Mas foi pão e circo aos plebeus,
Ou lutando Commodus e Spartacus.
Esses dias inglórios já esqueci,
E logo montei um novo arcabouço,
Só não previ o que não aprendi,
Que a vida seria meu calabouço.
Podem ser sensações de saudades,
Ou traumas que não se curaram,
Como os tempos serão verdades,
Na teima das luzes que falam.