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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

DEPOIS DO VESÚVIO

DEPOIS DO VESÚVIO

 

O homem se acha o mais forte,

Mas nem serve como andorinha,

Pois essa nos alerta da sorte,

Quando o maremoto avizinha.

 

Já os homens não se apercebem,

E nem mesmo depois do Vesúvio,

Pois vivem na festa e esquecem,

Que a lava virá como um dilúvio.

 

De que vale morar numa cidade,

Com suposto conforto e riqueza,

Se o futuro está na diversidade,

Com o respeito à mãe natureza.

 

Vão pensando com imediatismo,

E estão extinguindo as abelhas,

Onde o futuro será um abismo,

Se chaminés ofuscarem estrelas.

 

Eu olho pro céu, mas não vejo,

Pois tem fumaça além da floresta,

E nas hortas não há mais poejo,

Quem dirá o remédio que presta.

 

Mata Atlântica ou nossa Amazônia,

São farmácias mais que especiais,

São farturas que curam a insônia,

Mas desperta a ganância demais.

 

De que vale matar seringueiras,

Pois sem elas não temos borracha,

Ou também quando cai copaibeira,

E o óleo ninguém mais não acha.

 

Quem não sabe porquê ter cotia,

Deve perguntar ao pé de castanha,

Para saber que ela rói noite e dia,

E esquece as amêndoas na panha.

 

Com as aves eu aprendo as rotas,

Pois elas ressurgem nas estações,

Dão seus vôos num vai e volta,

Sobre a lama e sem ter aviões.

 

Mas no fim, eu só quero a paz,

E poder sentar junto ao fogão,

Ver ferver as comidas e chás,

Que me tragam mais satisfação.

 

E contemplar manhãs e tardes,

Limpando da terra todo meu lixo,

É como dizer que sinto saudades,

Das ceias com fartura e fuxico.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 08/05/2023
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