TRIBUNAIS DO FIM
É chegada a hora do impacto,
E um bicho pressente seu fim,
Mas o homem distorce o fato,
E não crê na morte e seu fim.
No sinédrio dessa Via Láctea,
Vejo asteróides traindo o sol,
Ou tomando Plutão como drágea,
Dando brasa a Mercúrio tão só.
E a Terra tá no meio da briga,
Com as descargas de meteoros,
Mas tem os cometas de birra,
Reclamando diante dos Fóruns.
São tribunais do limbo dos tempos,
Onde os acusados estão libertos,
Pois se jogam na rota dos ventos,
Como projéteis no campo aberto.
Mas chegam os buracos negros,
Que são terroristas e afoitos,
Pois assaltam até os empregos,
Nas empresas de anjos e loucos.
Tu só pode escapar dessa agora,
Se cruzar pela porta dos fundos,
Que fica sob véus de mandrágora,
Quando a sorte abraça o mundo.