VIDA SEM PAREDES
A escola da vida não tem paredes,
Mas pode ser como trave dos olhos,
Se o pescador não lançar as redes,
Ou a copaíba não nos der seu óleo.
No alto das copas estão as harpias,
Que tem seus motivos para nos olhar,
Pois são a virtude se cada utopia,
No voo que abraça o vento do mar.
Na brisa que chega da beira do mar,
Sentimos o ardor do sal nas costas,
E ao por do sol, com lua e o guará,
Ouvimos, em uivos, que a vida aposta.
E nós somos o provável prêmio,
Porque nós pensamos e sonhamos,
E nos transformamos em essênios,
Ou vamos como sempre teimamos.
Na ignorância, sujamos as fontes,
Matamos a fauna que gera abundância,
Sem ver que a flora vem bem antes,
E nós estamos apenas na infância.
Devemos exercitar a contemplação,
E buscar aprender a ouvir o tempo,
Sendo o semeador de cada estação,
Porque a fome requer o alimento.