JUDAS SILVÉRIOS
Os Judas perduram e procriam,
Sendo algozes dos inocentes,
Onde temos os que nos judiam,
Como fel na cárie dos dentes.
Sempre foi fácil nos trair,
Pois o justo confia demais,
Se não crê que o mal vá fluir,
E nós nos dedicamos à paz.
Qual a mãe vai sonhar e partir,
Pra deixar seus filhos sem lar,
Se tem várias razões de existir,
E a maior é dos filhos cuidar.
E nesse espaço somos as páginas,
De um livro que nunca quer traça,
Mesmo com tragédias em drágeas,
De quem nos difamam nas praças.
Eu vejo os Silvérios dos Reis,
Travestidos em cidadãos de bem,
Mas pra cada tempero há freguês,
Como o mal diz que é só do bem.
Mas de bem e do bem se diferem,
Desde quando um tem e o outro é,
Ou uns saram e outros preferem,
Serem crentes de mente sem pés.
Se uns crêem e outros duvidam,
Há verdade e também há falácia,
Desde o dia que nada te digam,
E o beijo da forca te abraça.