A HIPOCRISIA FASCISTA
Meus sapatos dirão o que sou,
Se excluo as vidas para viver,
E o que como dirá quem ficou,
E quem sobreviveu ao meu ser.
A hipocrisia é marca fascista,
Pois apregoa o que nunca faz,
Diz que é bom e que é altruísta,
Mas só verbaliza e não satisfaz.
Em todo lugar que temos os tronos,
Eu vejo pessoas querendo ser Deus,
Pois querem meus joelhos humanos,
Dobrados e rotos como em plebeus.
Chamam de pagãos quem se difere,
Do credo que modela o seu Deus,
Quando também são a mão que fere,
Gerando discórdia e gente ateu.
Sendo assim, não devo clemência,
Para os que vivem como zumbis,
Não o Zumbi que foi sobrevivência,
E nem os escravos tupi-guaranis.
Um dia, quem sabe, será sem cor,
E entenderemos ser todos iguais,
Seja um índio, preto ou doutor,
Pelo respeito entre seres normais.
O homem é vírus e não o gameta,
Pois a tudo destrói por querer,
Dizendo ser Deus com a proveta,
Criando humanos sem ter poder.
São só pretensões frente à morte,
Querendo ser mais que estrelas,
Mas elas também não têm sorte,
Nos ciclos em que são abelhas.