OS LOUCOS, SÓ LOUCOS!!!
Os loucos maldosos nunca se sentem,
E, na real, se acham tão normais,
Já os loucos reais nunca mentem,
Porque, sem noção, são bons demais.
Meu louco casulo é só carapaça,
Sem guardar tijolos nem livros,
Mas deixa a decência nas farpas,
Do lápis de um pau que foi vivo.
Os loucos derrubam as florestas,
E defloram nossas peles de terra,
Os loucos têm chifres nas testas,
E caçam meus elfos e até Minerva.
Só loucos malvados são injustos,
Porque a justiça quer humanidade,
E eles vicejam na dor dos justos,
Em gozos macabros de insanidade.
Eles pesam pretos em arrobas,
E querem só estuprar a beleza,
Nos deixando ser presa de lobas,
Que loucas, só querem nobreza.
São elas que buscam os púlpitos,
Sem dizer que viviam de esbórnia,
Mas guardando exemplos estúpidos,
Onde a vida é de pura discórdia.
Uns loucos só querem a riqueza,
E não sabem que são só mortais,
Que só valem se dão a certeza,
De ter mesa pra nós, imortais!
Entre a imortalidade e perpetuação,
Eu sou um louco de ancestralidade,
Sendo um indigente de fé e nação,
Porque não há fronteira em cidade.
E se vão querer sempre matar,
Eu digo que o gene é a vaidade,
Impalpável, mas tão salutar,
Que transcende à nossa verdade.