VIVER DE APOSTAS
Jogador é quem vive de apostas,
Ou se julga um ás ou o esperto,
Porque mata com tiro nas costas,
De quem ganha ou fica por perto.
Mas o louco nem mesmo é só ele,
Já que as armas estão na cintura,
Ofertadas por quem lhes sugere,
Ou governe como fosse aventura.
Genocídios lhes servem de pele,
E não por acaso cometem loucuras,
Pois a ganância é que lhes compele,
A viver sem qualquer compostura.
Quando são generais no governo,
Todos vivem sem ter a liberdade,
Porque matam até sem um termo,
Como se fossem ratos de verdade.
Esses loucos fugiram do hospício,
Quando abriram a caixa de Pandora,
Desde o dia que agiram de ofício,
Sem um critério nesse bota fora.
Quem diria que seríamos bárbaros,
Depois de tanto ver atrocidades,
Ou saber como é cheio o tártaro,
Onde cérbero nos morde a vaidade.
Só não compreendo tanta vontade,
Para nos tornar a vida maldita,
E segregar desde a tenra idade,
Quando impõem a nossa desdita.
Será inveja ou pura ignorância,
Como se fossemos seres incultos,
Ou sem caráter e com arrogância,
Pautando a vida só em discursos.