UM DIA, QUEM SABE!
Um dia, quem sabe, tu acordas,
E verás bem além de ti mesmo,
Pois as notas ecoam das cordas,
Como o nexo também foi a esmo.
Saberás que buscar vale a pena,
Como ler e ouvir forma a gente,
Se a vida sem busca é pequena,
Pois se torna em aluno ausente.
Não duvide que também não é mestre,
Todos que não percebem carências,
Dos que sofrem no fim do semestre,
Por uma ausência ou nossa demência.
Mas podemos ser fruto ou partilha,
Como as matas que nutrem a fauna,
Pois nós somos só lobo ou matilha,
Ou as folhas escritas com a alma.
Mas os dias ainda passam voando,
Sendo lembrados ou logo esquecidos,
Como um ato de herói sendo engano,
Por não ter vencedor ou vencido.
Tudo é embate no meio do caos,
Mas o caos é basilar ao tempo,
Pois condensa o bem e o mal,
Sendo artefato do experimento.
Onde há luz pode haver estrelas,
Como o breu manifesta um buraco,
Que é negro por não percebe-las,
Depois de degluti-las de fato.
Quem sabe, vimos desse buraco,
Trazendo luzes de outro portal,
Pois o eterno é além do vácuo,
E o estádio é mais que a geral.