MISTÉRIO DA OBRA
Nascemos desde muito antes,
Pois herdamos tudo na vida,
Mas haverá um breve instante,
Para a morte que nos convida.
Muita gente já vive a morte,
Só que não sabem o porquê,
Quando só desejam ter sorte,
Mas não entendem sua psiquê.
Literalmente uns nascem mortos,
Como outros não estão presentes,
E conviver em navios sem portos,
É viver, mas se fazendo ausente.
Quando vivemos de impulso,
É preciso treinar o instinto,
E para sermos mais que discurso,
É preciso um caráter distinto.
Desde cedo se formam os egos,
Controlando as nossas feras,
Mesmo quando aceito ou nego,
Que a viagem gira na esfera.
Nunca é a mesma água corrente,
Que lava os pés de quem a bebe,
Mas as águas serão recorrentes,
Se evaporam e um raio nos fere.
Acreditem, raios geram vidas,
Pois confortam colos com ubre,
E derrubam a riqueza de Midas,
Nos lençóis de água salubre.
O minério que criou a vida,
Tem a marca do raio de Zeus,
Com os corpos gerados na mina,
E o mistério da obra de Deus.