NINGUÉM OU MACUCO
Flagelaram um ninguém,
Ou só eu fui torturado?
Mas qual será o motivo,
Pra eu ser crucificado?
Se é que houve motivo,
Porque tanto me ignoram,
Se um troglodita cativo,
É como a caixa de Pandora.
Lembro daqui e das guerras,
Que nos dão pelas estradas,
Quando se tornam eternas,
Mesmo quando não são nada.
Foram as guerras no mundo,
Mas quando é que há paz,
Com homens tão vagabundos,
Que o pobre diz: Tanto faz!
Todo dia padecemos na vala,
Como índio, preto ou maluco,
Mas um dia a morte nos cala,
Como a bala cala o macuco.