QUERENDO VITÓRIAS
Olhar para o topo de um morro,
Estando em outro morro também,
Propõe em pensarmos socorro,
Para cada vertigem num trem.
Nós temos um colo na Terra,
Porque nascemos de uma raiz,
Embora possa transpor a serra,
E noutro lugar ser feliz.
Somente não será o meu lar,
Se meu solo ficou para trás,
Mas essa é a sina de andar,
Num conflito de guerra e paz.
O tempo passa e tudo evolui,
Ou se gasta para algo gerar,
Mas tudo transforma ou polui,
Se nada fica no mesmo lugar.
Não somos a estática celeste,
Pois tudo gira no ermo que há,
E a minha galáxia é um teste,
Que converte em cada avatar.
O oriente eterno é mistério,
Mas liga minha forja ao ofício,
Vivendo contente ou tão sério,
Pois cada minério é princípio.
Se sou de Ogum, tenho o ferro,
Se sou de Xangô, sou a justiça,
Mas, sendo de Oxóssi, eu pego,
A flecha da fé que me atiça.
Se hoje nós queremos vitórias,
Será necessário se reaprender,
Pois sempre é tempo de glórias,
Mas o tempo é quem vai dizer.