HOMENS BELICOSOS
Não consigo conceber a tirania,
Pois aqui ninguém pode ser deus,
E também não será na teocracia,
O bom debate de crente e ateu.
Mas não queiram ter minha alma,
Desdenhando o templário que fui,
Pois eu vim procurar esmeraldas,
Onde achei só moais rapanui.
Desde quando cultuo ancestrais,
Que me volto ao dias de outrora,
Onde eu vi uns banais canibais,
E a fé corrompendo a história.
Em nome de crenças ou verdades,
Juramos de morte cada semelhante,
Cortamos cabeças com as vaidades,
Na loucura que vem em instantes.
Queremos ser rei com seu cavalo,
Mas não aguentamos flecha e bala,
Morremos igual galinhas e galos,
Se a fome da terra logo nos cala.
Num dia empalamos algum inimigo,
E noutros dias somos as múmias,
Mas cada aventura guarda perigo,
Como um grego diante das fúrias.
Homens benditos serão belicosos,
Se não for ético, mas só moral,
E vejo esse monstro assombroso,
Com a avareza de besta infernal.
Alguns querem dar seus conselhos,
Mas ora são fétidos como latrina,
Onde ladrão não serve de espelho,
Pois seu exemplo é prosa ferina.