A CRUZ LITERAL
Em cada ser vivo há dias de cruz,
Na versão simbólica ou mesmo real,
Mas são poucos que levam na cruz,
A força da fé por um mundo ideal.
Mas a inveja teima em reinar,
E traz a angústia ao que sofre,
E o que sobeja é para agastar,
Como a dor que ceifa o pobre.
Mas ainda há esperança em mim,
Mesmo sendo traído e chicoteado,
Pois o meu Universo é sem fim,
E Deus me aceita ao seu lado.
Os dias de cruz nunca cessam,
Enquanto houver reis e ganância,
E sofrem não só os que pecam,
Mas o bom coração que se cansa.
Seria bom só ter cruz virtual,
Mas o sádico nunca se contenta,
E nos imputa uma cruz literal,
Seja aqui ou perante à tormenta.
Só não sabem o giro da vida,
Que não caminha junto aos sóis,
Pras respostas à carne ferida,
Mesmo se trocam todos lençois.
E a cama ainda tem o sangue,
Como escaras que não se curam,
Mas o que sinto só te responde,
Que os fusos ainda me furam.
Por isso eu preciso de consolação,
E busco a Cristo no que representa,
Quando vejo Deus como fé e ação,
E dou razão à corda que aguenta.