IDÍLICA BAHIA
Andar na Bahia com minha fé,
Me leva a lugares tão idílicos,
Seja em roças de cacau ou café,
E pelos canaviais tão etílicos.
Olhando as barrigudas lá no oeste,
Com o ar rarefeito e nariz sangrando,
Ou subindo as serras lá no sudoeste,
Quando Jequié tem dois rios passando.
Foi em Ibicoara que vi o Buracão,
Ou em Ituaçu a Gruta da Mangabeira,
Que me fez lembrar de cada emoção,
Por ter siri mole no mar da Ribeira.
Sentado na orla, cantando em falsetes,
Comendo acarajé, passarinha e abará,
Eu pude estudar e provar os banquetes,
Onde só as baianas sabem nos ofertar.
Chupar o umbu ou uma siriguela,
Comer cajarana, caju e um juá,
Me lembra o que não vi da janela,
Ao ir na caatinga buscar meditar.
Lá eu podia ter a paz catingueira,
Ouvindo o sino da cabra e do bode,
Junto ao canto da sabiá laranjeira,
Que chora em dias que a água acode.
Mas foi lá no sul de Porto Seguro,
Que vi cada estrada que serpenteava,
E a mata atlântica em dias escuros,
Pois toda hora chovia e molhava.
De volta à doce Chapada Diamantina,
Eu lembro das grutas e cachoeiras,
De Itaeté, do Capão ou na Pratinha,
Curtindo uma invernada na lareira.
Por Itamari, Gandú ou em Valença,
Eu nunca esqueço por onde andei,
E onde eu vivi e me vi na presença,
Do povo faceiro com quem conversei