CELEBRAR DECLAMANDO
Celebrar o que não se conjuga,
Pode ser mero jardim suspenso,
Como um verso do verbo na ruga,
Que destrata o rosto com lenço.
Quem tem o seu defeito na cara,
Pode estar com derrame na feira,
Porque só um sorriso escancara,
O pleno gozo do porta-bandeira.
Desde jeito eu ando na praça,
Declamando versos com graça,
Que me fazem tão estradeiro.
E prevejo o gozo ou desgraça,
Se o homem se mede com traça,
E carcome até um cancioneiro.