MINHAS LÁGRIMAS
O mundo era seco e esquálido,
Foi quando me vi a chorar,
E a permissão de Deus no árido,
Fez o mar se encher no lugar.
Minhas lágrimas trouxeram peixes,
Mas também disseram que devo amar,
Por isso te digo: Não me deixes!
Ó meu Deus, eu me prostro a orar!
Os caminhos são sempre difíceis,
Pois o homem se vê com orgulho,
Como na presunção dos artífices,
A desenhar o impossível mergulho.
Eu ainda confio nos exemplos,
Como fiz por toda minha vida,
E assim me exponho aos ventos,
Como um albatroz na avenida.
Só que essa avenida é consolo,
Aos que são fiéis aos princípios,
E aduba de vida o meu solo,
Donde irei despojado dos vícios.
Eu não quero um coroa de louros,
Mas somente o respeito de ser,
Eu não sei ser melhor que o ouro,
Mas sou raiz que ajuda a crescer.
Eu espero contrito o perdão,
Se um dia ofendi a meu povo,
Mas eu quero o direito ao pão,
E poder ser coluna de novo.