EU, TU E ELE, ENGASGANDO FORMIGAS!
Eu vejo as folhas caindo,
Eu vejo meu tronco já nu,
Eu vejo o caule envergando,
E o vento levando o urubu.
Eu sonho com a vida agreste,
Eu sonho em ser também tatu,
Eu tenho a bieira da peste,
Se a mosca foi surucucu.
Ele não viu folhas ao vento,
Ele só estava lá no oratório,
Ele não tem meu entendimento,
Onde a febre não é purgatório.
Ele esteve curtindo a balada,
Ele foi revestido de essência,
Ele achou que não dava em nada,
Ser aquela virtual existência.
E foi tu na mesma reticência,
Tudo antes de um fim inexato,
Se tu viu ele, eu e a ciência,
Mas não quis ser bom de fato.
Tu pensastes ser tudo normal,
Desde quando não se modifica,
Tu não vistes a sina do mal,
E assim tu provocas a briga.
Mas se não fosse eu, tu e ele,
Engasgando com meras formigas,
Onde estaria nosso paquiderme,
Senão vomitando ou na barriga.