FRUTO DO TEMPO
Houve algum bicho no passado,
Que foi um lider em sua era,
E que também fora sacrificado,
Porque o fogo estelar é fera.
Somos feitos por causa do giro,
Somos vivos porque há estrelas,
Mas não somos mais que um agito,
De anões num bordel de centelhas.
Somos mais que ter fé no cometa,
Porque ele passou sempre aqui,
Tão ligado em cumprir suas metas,
Que deu força ao que guardo no ori.
Sei que aguardo a flor de um ano,
Como a água contida em meu baobá,
Que nos sonhos me salva do engano,
Quando um dia não me diz o que há.
Somos fruto do tempo com a energia,
Somos a força que vem de um orixá,
Sendo culpados pela dor e sangria,
Ou louvados pelo amor que doar.
Mas o mel das abelhas vicejam,
Se me permito ser flor no pomar,
E a floresta de seivas ensejam,
Cada ópera que ouço ao jantar.
Com a noite os grilos estridulam,
E as corujas vêm em voos a piar,
Mas as brasas do incêndio perduram,
Pois nem futuro é feijão com jabá.