CONTRÁRIO À BARBÁRIE
Não entendo você, que se diz elegante,
Querer ser sensato nas dores da cárie,
Ou querer o artista como ser ofegante,
E que não seja contrário à barbárie.
Tenhamos a cultura, arte e filosofia,
Ciência, universidade, museu, natureza,
Etnias e os direitos humanos que havia,
Com vacina e o respeito à fome na mesa.
Diga:"Democracia!", mas olhe a república,
Porque teve militar golpeando o império,
Mas não concorde com a fala do pústula,
Que xinga, em deboche, com impropérios.
Vejam a desconstrução do humanismo,
Com o fim do convívio em sociedade,
E o discurso sem nexo de patriotismo,
Que nos engana com o afã da verdade.
Subserviência a outro povo é regra,
De quem não tem respeito à família,
Casando por vezes, numa vida brega,
Ou foi numa igreja fora de trilha.
As religiões são frutos do crer,
Mas o meu normal é ser diferente,
Pois cada versão do céu há de ser,
O que imagino ser Deus presente.
E a presença de Deus não é malícia,
Pois dá ao filho o direito de crer,
E não quer a guerra e nem a milícia,
Porque a tortura não faz florescer.
Mas hoje me afloro só de poesias,
Pois uma pistola é só pra morrer,
E isso já tenho pelas profecias,
Que não admitem medir pra viver.
Os dias de hoje me cobram falar,
Sobre o valor que há no exemplo,
Se posso ser vácuo e até quasar,
Ou um coral de sóis como advento.
E nessa seara não há privilégios,
Se cada político se deve ao povo,
Pois não adianta dizer que é sério,
Com o mau agouro de um corvo.