LIVUSIA E INCITATUS
Ele agia para ser endeusado,
Iludindo a todos com livusia,
Falando o que quer um coitado,
E a quem também dá ousadia.
Ele alentava o medo do comunismo,
Mas debochava era mesmo da noite,
E o seu fantasma era o genocídio,
De quem já morreu sob o açoite.
Em cada tempo ressurgem insanos,
A demonstrar o caráter de Hitler,
Como foram os loucos romanos,
Se Incitatus foi senador e líder.
Transpassando corpos com a morte,
Calígula estuprava e tinha orgulho,
Pois se achava ser Deus e com sorte,
E não entendeu ser surto e entulho.
Foi assim que ele se viu nas trevas,
Esquecido se deveria ser lembrado,
Sendo sempre covarde na entrega,
Pois reinou sem o povo ao seu lado.
Mesmo quando Roma deu circo e pão,
Eu me lembrei dos líderes de agora,
Pois a história tem moral e lição,
Construída no contexto de outrora.
Mas não vale a pena tanto chorar,
Se ganhar nem sempre é preciso,
Ou melhor, eu devo é só partilhar,
O amor que me diz: Não, Narciso!
Sei a regra para amar o próximo,
E, primeiro, devo sempre me amar,
Mas se for um egoísmo agnóstico,
Como posso num reino adentrar?
Sei que vou encontrar minha praia,
Ou um atol em que eu possa viver,
Mas o mel vai ser de mandaçaia,
Sem ferrão, para não mais doer.