O QUE PEDE A PAZ?
A paz pede até pão e circo,
Por causa da loucura humana,
Mas a vitória será de Pirro,
Se a guerra sufoca quem ama.
Iludidos com a fome de agora,
São quem não colhe nem guarda,
E preferem o petisco da hora,
Mesmo se o amanhã não tarda.
Eu prefiro ser um pouco formiga,
Pois a minha cigarra infartou,
Mas fui contracenar com a vida,
Que me lembra de tudo que sou.
Só que hoje a discórdia impera,
No saguão de todos condomínios,
Toma a ideologia como uma fera,
Que se cria em cada bolsominion.
Já vivi vendo polos contrários,
Pois sei quando a luz é ausente,
E busquei nunca ser um corsário,
Mas o mar de um Cristo presente.
Até hoje foi ele que andou,
Com as águas lhe sendo tapete,
Mas também o vento se aquietou,
Para o afago de um ramalhete.