DIAS AUGUSTOS
Nas escadarias de cada convento,
Erguidos lá no alto das serras,
Eu fico mais perto e contemplo,
O refrigério de Deus pela terra.
Querer o conforto nos templos,
Me juntando aos monges orando,
Serão dias augustos dos tempos,
E o gozo de estar celebrando.
Meditando eu busco refletir,
Cada passo na areia da praia,
Desde quando a pegada insistir,
Em dizer se eu fujo da raia.
É por isso que cobro de mim,
Compromissos com vida eterna,
Seja aqui ou em outro jardim,
Em versões vistas da caverna.
Foi assim que eu reli Platão,
E a visão pelas sombras brotou,
Pois mostrou o que delas virão,
Mas nenhum conforto se achou.
Na intempérie em céu aberto,
Sob o vento e raios da chuva,
Só nos sobra querer o deserto,
Como penitência ou por culpa.
Se traí eu nem sei sobre o beijo,
Pois disseram que dele é o poder,
E não sei se foi guerra ou desejo,
Pois amor vence o ódio que houver.
Já quis matar quem até me matou,
Mas Talião queria só se vingar,
Com a desculpa de que só votou,
E empossou quem não posso contar.
Só lamento que não compreendam,
Ser a paz meu presságio de Deus,
Mas o embate em que se enfrentam,
Tem rochedo e o mar, mas não eu.