SETEMBRO E OS DITAMES
Quando alguém chega em setembro,
Tem na balança seu modo de andar,
E o ascendente vindo em aquário,
É uma baliza, na terra ou no mar.
No final de seus trinta dias,
Esse mês sublima a quem cria,
Pois, além de sete autarquias,
Cada ciclo quer nossa autoria.
É assim que surgiu uma Érica,
Mais feroz que godo e normando,
Pois varreu com odes homéricas,
Seus belos dias nesse plano.
Em oito anos finais do século,
Tudo bem perto de novo milênio,
Em um Brasil buscando por teto,
Mas com canetas de tungstênio.
A esperança ainda é uma peleja,
Na energia e vigor de amazonas,
Por termos a águia que sobeja,
A nos guiar até sobre as ondas.
Assim, são os mistérios de sempre,
Em cada passo dado ou velozmente,
No andar do cágado nunca contente,
Ou de um sariguê sendo indigente.
Todos nós acordamos antes da ida,
Pois só haverão novos dias assim,
A não ser quando o silêncio grita,
Depois de encontrar o seu serafim.
E, através dos portais messiânicos,
Nunca teremos direito às escolhas,
A não ser que os ditames canônicos,
Se proponham ser mais que as folhas.