PULSO PELA VITÓRIA
Nós já tivemos as carruagens,
E Cinderela andou de abóbora,
Com o curral virando garagem,
Onde o carne nunca nos sobra.
Dizem que a carne mais barata,
É como o nojo de um escárnio,
Se a pele é preta e sem prata,
Na manchete que está no rádio.
Houve um tiro cruzando a rua,
Foi mais um preto e um índio lá,
Mortos por balas de alma nua,
Numa escopeta a lhes calar.
Eram só pobres por trás da cor,
Que são emblemas da escravidão,
Junto a todos índios que for,
Além dos pretos do meu sertão.
Mas é preciso mudar o curso,
Não de um rio, mas da história,
Querendo jeito, e não discurso,
Porque eu pulso pela vitória.
Vitória do povo e da maioria,
Se a elite é 'Deus nos acuda!',
E a liberdade será de alegria,
Pela equidade e não pela gula.