PROPONDO DIPLOMAS
Quanto vale uma roseira,
Sem um jardim no parque?
Ou o tapete na porteira,
E um feijão sem charque.
Porque vejo a liberdade,
Mas eu não vivo sozinho,
Como a praça na cidade,
Não quer só redemoinho.
O vento diz e o eco leva,
Mas ninguém estará ouvindo,
Porque um barco sem a vela,
Quer leito de rio seguindo.
O tempo se joga do oriente,
Eternizando todo meu passado,
E mostra um oculto ocidente,
Que ainda não deu atestado.
Comento assim cada evento,
Olhando de cima dos cirros,
Sem extratos tão cinzentos,
Ou garoas e meus espirros.
Só não quero a fartura do raio,
Com o risco de arder a floresta,
Pois o fogo que queima o galho,
Também mata sem uma conversa.
Tenho um medo de gente também,
Por ideais de família e pátria,
Ou noção do que seremos no além,
Ao propor um diploma de pária.
São perguntas que faço de antes,
Pois vivi em um mundo de trocas,
No calor das tardes ofegantes,
Ou num frio iceberg das focas.
Cada rombo ou escambo ensinou,
O valor do que fazem as pessoas,
Como um tronco que já adernou,
Donde eu tenho papel ou canoas.
Esses são os milagres humanos,
Transformando e criando habitat,
Esperando, com fé, ter os anos,
Que num sonho é mais que o mar.