COMUNHÃO E BARRAVENTO
A comunhão advém de um colégio,
E a paz se proclama com o ato,
Como ação que não é um remédio,
Pois a cura nos salva de fato.
O remédio ameniza nossas dores,
Mas sempre se oculta nas tardes,
Pois assim são nossos valores,
Quando já não há mais verdades.
Cada noite é quando enfrentamos,
O que o dia não nos apascenta,
Pois ao Sol já não aguentamos,
Quando à lua é minha tormenta.
Quero a seiva que tanto escorre,
Pelas folhas de louro na testa,
Como o bálsamo que me socorre,
Depois de ser expulso da festa.
Sempre vejo bem mais no delírio,
Pois nem tudo se vê com o olhar,
Como a terra socorre em martírio,
Quem não sabe ser leme no mar.
Todo aquele que se nega ao vento,
Não se descola do chão pra voar,
Ou nem percebe se há barravento,
Mesmo se o corpo puder tremular.
Ter bandeira também é coragem,
Pois o estandarte demonstra poder,
Desde que o tempo tiver a imagem,
De meus cabelos ao envelhecer.