MUNDO SEM PÁTRIAS
Quem é rico se acha capaz,
Enquanto crê em supremacia,
E não vê o que faz ou desfaz,
Pois desfruta da mente vazia.
Junto aos ricos a força gravita,
Cooptada por cruéis mercenários,
Calam os pobres com vida maldita,
Como enganam os seus legionários.
Sob a égide da fé e os costumes,
Praticam toda simonia e batismos,
Querem almas sem pobres queixumes,
Como adornos de seus garantismos.
Nesse mundo sem pátrias ou lar,
As colinas não têm os castros,
Pois precisam ter nesse lugar,
A leveza dos voos dos patos.
Essas aves migram ou fogem,
Numa busca por colo e ninho,
Mesmo quando os mapas de hoje,
São segredos de um pergaminho.
Isso vale também para a gente,
Quando olhamos à nossa volta,
E se o corpo se torna indigente,
É por causa do que se comporta.
Somos todos matéria no espaço,
Mas podemos ser mais que normais,
Tendo mais energia que um passo,
Nas pegadas de um sonho a mais.
Hoje eu só vejo como riqueza,
O brilho de luz na minha alma,
Como o raio que traz a certeza,
De ser mais que a vela na calma.