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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

DE CINCO EM CINCO

DE CINCO EM CINCO

 

Quando as mãos se convergem,

Logo ocorre a soma dos dedos,

Como um colo que se reveste,

De perfume e cura dos medos.

 

Mas a conta que se cobra,

Pode ser de cinco em cinco,

Desde quando nada é sobra,

Pois é no que eu acredito.

 

Hoje estamos em campanha,

E o povo quer ser pauta,

Como um urso quer a banha,

Para viver durante a falta.

 

Tão cheio de gente é o Brasil,

Mesmo abaixo de Índia e China,

Mas só tem água pra um cantil,

Porque essa fome não termina.

 

Enquanto o campo for pra fora,

Só produzindo para os outros,

Cada recanto só vê a pistola,

Com violência e lares mortos.

 

Será que é isso que mereço,

Vendo meu país à bancarrota,

Sem ter comida, afora o preço,

Estando esquálido e sem roupa?

 

Será mesmo que só há bandido,

Se houve Robin Hood e Lampião,

E por causa de termos sofrido,

Repenso o cangaço e a razão?

 

Só assim, conclamo os nobres,

A se apiedarem dos que padecem,

E olharem seus bens e cofres,

Desde o quanto lhes apetecem.

 

Pois ter água que não vai beber,

Ou guardar o que não vai usar,

Será como viver sem nunca saber,

O porque há desertos ou o mar.

 

E enquanto há cinco continentes,

Eu vou reunindo os cinco sentidos,

Para ver se amparo os indigentes,

Ou se aplaco a dor dos oprimidos.

 

Tudo hoje é fácil ou possível,

Mas também nos faz sem o prumo,

Pois não há um rumo ou nível,

Que equilibre o lato e o uno.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 19/08/2022
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