REGRA DE VIDA OU MORTE
A regra da vida é buscar se manter,
Mas todos sabemos que não vai durar,
Pois tudo o que temos vai se perder,
Enquanto corremos pro mesmo lugar.
Alguns querem as chaves do túmulo,
Enquanto que uns veem cinzas no ar,
Que antes queimavam sem o acúmulo,
Desde que os barcos afundam no mar.
Nos tempos de Roma usavam fogueira,
Mas hoje se crema nos fornos que há,
E não se incinera uma alma faceira,
Desde quando o poeta lá não está.
O declínio em versos é como a morte,
Pois todos só querem vencer ou lucrar,
Mas que lucro é esse, ó dono da sorte,
Que rege os cassinos a nos enganar?
Até eu queria viver com os dobrões,
Porque me disseram comprarem de tudo,
Mas esqueci que de ouro e grilhões,
São as torrentes da dores do luto.