AS TRAGÉDIAS À PORTA
Hoje eu revi o Ratatouille,
Em um filme sobre a culinária,
E falei que o museu era o Louvre,
Mas da França eu só vi a Itália.
Desde quando tudo é possível,
Que meu sonho visita a história,
E revela quem se casa no cível,
Mas também vê Helena em Tróia.
Olho para os casos de outrora,
Pelos mil casamentos comprados,
E o destino de irmãs e senhoras,
Ao sofrer com tiranos ao lado.
As tragédias estão registradas,
Como o fim de famílias e povos,
Com Cartago e Lisboa queimadas,
Sem ter ouro, galinhas e ovos.
Já rasgaram até o meu velocino,
E Jasão se perdeu na encomenda,
Pois Aquiles morreu no destino,
Tendo Esparta por sua tormenta.
Também rasgaram a minha farda,
Mesmo como fardão de Academia,
Tendo à porta uma onça parda,
Pois à noite é tudo que havia.
E meus livros eu nem escrevi,
Por ter minhas penas sem tinta,
Ou sem mesmo voar pra fluir,
Pois o tempo parou pelos trinta.
E depois de adulto é que vi,
Os apelos que o ninho palpita,
Nas sementes de mim ou de ti,
Como estrela que pulsa e agita.
E assim, sonho estar por aqui,
Ou em cada lugar que fui morto,
Seja em Dakar, Congo ou Pequim,
Se fui só um suspiro absorto